Referendar ou não Referendar, eis a... Questão?
Começou hoje (ou melhor, ontem, Domingo) a terceira presidência Portuguesa da União Europeia. Já sabemos que o país irá parar durante estes seis meses que se aproximam e que a ordem do dia irá ser: Tratado "Reformador" de Lisboa. E que terá de ser aprovado e ratificado por todos os Estados-Membros, caso contrário, será um falhanço da Europa e, principalmente, de Portugal, uma vez que é no nosso mandato que tal tratado irá ser celebrado. Até aqui nenhuma, aparente, novidade.
O tratado ainda nem sequer está feito, já se pensa na ratificação, como irá ser, se por referendo, se pela A.R.. O PSD já fez ver que só aceitará um tratado se este for referendado, uma vez que prometeu o referendo ao tratado constitucional no seu programa político, o Governo/PS, nas palavras do Primeiro Ministro, defende uma necessidade de ratificação do tratado que não pode correr riscos com a opinião do Povo, PCP e sucedâneos (Blocos de Esquerda, Verdes, etc...) defendem o referendo a todo o custo, uns porque a Europa é má e a palavra "federalização" soa-lhes muito à U.S.A., outros porque os srs. da Europa estão a mentir e tudo isto não passa de uma cabala para aprovar o Tratado Constitucional, agora chamado de Tratado Reformador (o que até pode ser verdade, não refuto) e sempre se aproveita para mais umas "cow parades" (utilizando uma expressão de J. Pacheco Pereira) que eles bem gostam...
E nisto do referenda e não referenda, se vai passando o tempo sem se chegar ao fundo da questão: Que os portugueses na sua generalidade se sentem alheados da Europa e que de nada adianta este debate se não existir uma preocupação da classe política na sua generalidade, do CDS ao BE, de informar a população, numa perspectiva imparcial (por mais impossível que possa parecer) e clara do que é a Europa, qual o tratado em concreto que irá ser aprovado (e não apenas ficar nos "diz que disse" que o tratado é o mesmo e não muda nada ou muda tudo ou muda alguma coisa) e se isso implica uma maior perda de soberania para nós (e explicar também o que é a soberania num mundo globalizado como o nosso e de que a soberania monetária já se perdeu com a moeda única e o Banco Central Europeu).
Depois disso, aí sim é razoável falar de referendar ou não referendar, de, em suma, falar se queremos continuar a fazer parte do sonho Europeu ou sequer se o sonho tem concretização ou não passa de uma Utopia. Porque, inevitavelmente, o tratado significará isso mesmo, a continuação ou não da Europa como um só. Mas até lá muita informação deve ser prestada. A questão não é o referendo, a questão é a Europa em si mesma!
3 comentários:
Entendo que deve haver referendo, mas não se ponha o carro à frente dos bois, antes de se discutir referendo, discuta-se o Tratado e fale-se na Europa, essa realidade tão distante para a maioria de nós, apesar de achar que tem havido uma grande evolução...
Não vou fazer nenhum comentário a este post, porque não estou totalmente bem informada sobre este tema...
Mas reparei agora que o critica-mente foi neste blog considerado "ponto de interesse"
Obrigada!...
;)
e ja agora, visitem
www.critica-mente.blog.com
(beijinhos)
Publicidade aqui não!Obrigado;P
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