segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Desabafo...

Tudo começa com os gato fedorento no domingo passado. Tesourinhos deprimentes, figuras tristes de deputados da A.R. a dizerem piadinhas sexistas... Segunda feira, na minha faculdade, grande conferência com os líderes e representantes (um representante da JCP porque esta não tem líder...) das 4 juventudes partidárias (e um jovem do Bloco uma vez que este não tem juventude...). O que estava a debate era o papel das juventudes partidárias nos dias de hoje. No entanto, os líderes da mesma brindaram-nos com 3 horas de constante picardia entre eles e sem interesse, sem olhar em atenção o tempo ou sequer o assunto em debate. E das juventudes passou-se a falar de Sócrates, Menezes, Portas, Louçã e Jerónimo... Explicando melhor, passou a falar-se dos partidos em si, através dos chavões tantas vezes apregoados e que ouvimos sempre nos jornais das 20h00, sem novidade, deixando por terra o argumento que um deles disse: era nas juventudes que estava o futuro da política portuguesa...
Mas a cereja no topo deste desabafo chegou com o debate do Orçamento de Estado. Entre uma troca de argumentos Sócrates-Santana que tanto enriqueceram o debate : "O senhor fez isto";"Não não fiz, quem veio antes de mim é que fez",etc...etc...; chegaram achegas muito interessantes dos restantes líderes da oposição, que concerteza exigiam uma grande habilitação política para serem ditas, sobre a troca de argumentos Sócrates-Santana: "Wrestling", segundo Portas; "Duelo ao pôr do sol", segundo Louça; do que Jerónimo disse já não me recordo, mas se não ficou ao mesmo nível que os seus rivais, pouco lhe chegou...
E é nisto que vai a vida política do nosso Portugal, entre o dizer nada e pouco dizer, é por aí que andamos, onde abundam as metáforas, com ou sem manteiga para aliviar as dores, é o mundo de encher chouriços com "Sua Excelência, sr. Deputado, sr. Primeiro-Ministro, sr. Besta, sr. Estúpido"...
Somos exímios na retórica e na demagogia, aliás, se o PIB tivesse isso em conta seríamos uma potência mundial, não haveria dúvida! Mudam-se as cores à medida que caminhamos pelos partidos, mas desde o Vermelho e Preto até ao Azul e Amarelo, estamos na presença de fantoches, de palhaços, que se divertem uns aos outros e nos divertem a nós, mas para isso, se queremos arranjar diversão vamos ao circo, ao cinema, a qualquer lado menos à Assembleia da República, aos comícios, às acções de campanha, isto pelo menos em teoria devia sê-lo assim. Mas não é. E sentimo-nos, à custa disso, todos uns inúteis.
Se fosse radical acabaria assim: "Ponha-se uma bomba no Parlamento!"

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